sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

IGREJA DE ACARI



Em 11 de novembro de 1737, o Bispo de Olinda, Dom José Fialho, recebia um requerimento do Sarg. Mor Manuel Esteves de Andrade, pedindo autorização para construir uma capela no Acari. Justificava-se o Sargento Esteves na alegação de que o Acari se achava muito distante do Curato de Piancó, cerca de cinquenta léguas, gastando-se no percurso oito dias de viagem. No dia 12 do mesmo mês e ano, era dada a licença pedida, “licença ao Sargento Mór Manoel Esteves de Andrade, para que possa erigir a capella de Nossa Senhora da Guia, no lugar xamado Acary, do Curato do Piancó”, rezava solenemente o documento. Em abril de 1738, o Sargento Mor comunicava ao Cura do Piancó que a capela já estava construída, e capaz de servir para a celebração dos ofícios religiosos. Pouco depois, o bispo de Olinda dava licença para benzer-se a capela. Foi desse modo que se ergueu o primeiro marco de Deus nestes sertões do Acauã. Essa capela, que recebeu várias modificações no decorrer dos tempos, é a atual Igreja do Rosário. Sofreu, na verdade, grandes reformas, mas a maior de todas a que se fez, um século depois de sua construção, de 1836 a 1840, por iniciativa do Capitão Tomaz de Araújo Pereira, que mandou fazer os corredores laterais e o patamar. Essa velha ermida merece toda a veneração e carinho dos acarienses. Nela foram sepultados os fundadores da cidade e os grandes patriarcas, como Caetano Dantas Correia, Tomaz de Araújo Pereira e muitos outros. A lei provincial de 18 de março de 1835 elevou Acari à categoria de Paróquia. Era presidente da Província do Rio Grande do Norte o Dr. Basílio Quaresma Torreão. Por força dessa lei, foi a Igreja de Nossa Senhora do Rosário elevada a Matriz, desmembrando-se assim da Matriz de Nossa Senhora Santa Ana da Cidade do Príncipe (Caicó). Conservou o título de Igreja Matriz, até o ano de 1867. Nota do digitador: A Igreja de Nossa Senhora do Rosário tem hoje o título de Santuário e é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Hoje ela está reduzida aos traços originais de sua fundação. Os corredores laterais foram demolidos. O retábulo ainda é o original e este ano sofreu uma reforma de agosto a novembro/97.
FONTE – HISTÓRIA DAS IGREJAS DE ACARI, FOTO - BLOG DO TOSCANO

A SEGUNDA IGREJA.





MATRIZ DE NOSSA SENHORA DA GUIA

No ano de 1853, o Dr. João Valentim Dantas Pinagé, juiz de direito da comarca de Assu, a cuja jurisdição pertencia então o Termo do Acari, em correição pública, teve conhecimento de que as Irmandades do Santíssimo Sacramento e de Nossa Senhora da Guia possuíam duas fazendas de gado, no valor aproximado de 12 contos de Réis. Ciente disso, fez saber aos habitantes do município que, mais tarde, o governo chamaria aos cofres públicos os bens pertencentes às Irmandades, e que, em vista disso, seria de acerto empregar os referidos bens na edificação de outra igreja. Essa idéia foi bem acolhida pelo povo. Resolveu-se construir outro templo. Em 1856 foi estabelecido o contrato de construção com os Srs. Félix Lúcio Dantas e o Tenente Manoel Jorge de Medeiros, tabelião público, pela quantia de 12 contos de réis, excluídas as madeiras de construção, que foram contratadas à parte com o Sr. Manoel Antônio Dantas, por um conto de Réis, postas ao pé da obra. Ao iniciarem os serviços de fundação e alicerces, reconheceram os empreiteiros que, pela quantia firmada, haveria prejuízo, e não se demoraram em rescindir o contrato, entregando o dinheiro já recebido. Mas, essa dificuldade foi vencida. No dia 15 de agosto de 1857, foi benta e lançada a primeira pedra da nova igreja, pelo Visitador e Vigário de Caicó, especialmente convidado, o ilustre Padre Manoel José Fernandes, coadjutor e substituto do grande Padre Guerra. A essa cerimônia de lançamento da primeira pedra, além de incalculável massa popular, assistiram o Pe. Tomaz Pereira de Araújo, Vigário, e muitos outros sacerdotes vindos das regiões vizinhas. Serviram de padrinhos da Solenidade o Tenente Coronel Manuel Gomes da Silva e o Capitão Cipriano Bezerra Galvão, concorrendo cada um com a importância de 100 mil réis. Dois dias depois, deu-se início à construção dos alicerces, tendo os trabalhos sido interrompidos, vinte dias após, devido a um surto de varíola que grassava na zona. No dia 15 de maio de 1859, era assinado um convênio particular entre o Padre Tomaz Pereira de Araújo e o mestre Clemente Gomes Pereira, pelo qual se contratavam os trabalhos de mão de obra pela quantia de 12 contos de réis. Em fins de 1859, foram reconstruídos os alicerces sob a administração do Cap. Manoel Francisco Dantas Correia. A seca de 1860 veio interromper os trabalhos. Só a 10 de janeiro do ano seguinte foram eles reiniciados, sob a administração do Major Antônio Manoel Dantas Correia, posto que ele ocupou no dia 25 do mesmo mês, sendo-lhe entregue pelo Padre Tomaz a importância de 30 mil réis, o único dinheiro existente em cofre. Mas, a generosidade do povo, de mãos dadas à Fé, fez multiplicar-se o pouco dinheiro. Trabalhou-se sem interrupção, até o dia 2 de janeiro de 1862, quando, por falta de recursos, teve-se de suspender a obra, por mais de um mês. Em vista da crise de dinheiro, resolveu o vigário suspender os trabalhos. Com isto não concordou o empreiteiro, que, sob protesto, exigiu que fosse facilitado fornecimento nas vendas aos trabalhadores, até que aparecessem recursos e novos donativos. Desse modo, os trabalhos prosseguiram. Um novo contrato foi feito, mediante a importância de 2 contos de réis, sendo contratante o mesmo obreiro, a vigorar de 16 de junho de 1862 a 6 de fevereiro de 1863. Aos 3 de dezembro de 1863, estava concluído o serviço excluindo-se o patamar e o ladrilho que foram ultimados depois.
FONTE – HISTÓRIA DAS IGREJAS DE ACARI

PESSOAL EMPREGADO NOS TRABALHOS




Na construção dessa igreja, foram empregados diariamente cerca de 14 pedreiros. Carpinteiros, entre 6 e 12. Serventes, até 3o, no máximo. 7 a 8 carros de bois foram empregados no transporte de materiais (pedra e madeira). Para o transporte das tesouras, vindas da Luisa e de Flores, foram necessários 16 carros, 32 juntas de bois e 38 serventes. A cal foi transportada da Acauã ao pé da obra em costas de animais. De 1863 a 1864, os marceneiros fecharam a Igreja e construíram os dois altares, o altar do S.S. Sacramento e o do Bom Jesus. O mesmo fizeram os pintores de 1865 a 1866.

MATERIAL E DIMENSÕES




O edifício foi construído de pedra, cal e tijolo, gastando-se cerca de 200 adobes. Mede 204 de comprimento, 87 de frente e 40 de altura, nas biqueiras. As torres medem 195 palmos de altura.
FONTE – HISTÓRIA DAS IGREJAS DE ACARI

CUSTO DA OBRA





Não se pode calcular ao certo quantos contos foram dispendidos na construção da igreja. Muitos foram os que contribuíram com dinheiro, e outras com materiais e serviços gratuitos. O custo da obra foi calculado em 100 contos de réis, mais ou menos, sem contar ou incluir 4 contos votados pela Assembléia Provincial, e 11 contos provenientes da venda das duas fazendas referidas. O mais foi oferecido pelos fiéis.
FONTE – HISTÓRIA DAS IGREJAS DE ACARI

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STPM JOTA MARIA, AMIGO DE TODAS ÀS HORAS, HONESTO, HUMILDE E SINCERO; AMO AO MEU PRÓXIMO COMO A MIM MESMO E ACREDITO 100 POR CENTO NA EXISTÊNCIA DE DEUS

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