sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

A SEGUNDA IGREJA.





MATRIZ DE NOSSA SENHORA DA GUIA

No ano de 1853, o Dr. João Valentim Dantas Pinagé, juiz de direito da comarca de Assu, a cuja jurisdição pertencia então o Termo do Acari, em correição pública, teve conhecimento de que as Irmandades do Santíssimo Sacramento e de Nossa Senhora da Guia possuíam duas fazendas de gado, no valor aproximado de 12 contos de Réis. Ciente disso, fez saber aos habitantes do município que, mais tarde, o governo chamaria aos cofres públicos os bens pertencentes às Irmandades, e que, em vista disso, seria de acerto empregar os referidos bens na edificação de outra igreja. Essa idéia foi bem acolhida pelo povo. Resolveu-se construir outro templo. Em 1856 foi estabelecido o contrato de construção com os Srs. Félix Lúcio Dantas e o Tenente Manoel Jorge de Medeiros, tabelião público, pela quantia de 12 contos de réis, excluídas as madeiras de construção, que foram contratadas à parte com o Sr. Manoel Antônio Dantas, por um conto de Réis, postas ao pé da obra. Ao iniciarem os serviços de fundação e alicerces, reconheceram os empreiteiros que, pela quantia firmada, haveria prejuízo, e não se demoraram em rescindir o contrato, entregando o dinheiro já recebido. Mas, essa dificuldade foi vencida. No dia 15 de agosto de 1857, foi benta e lançada a primeira pedra da nova igreja, pelo Visitador e Vigário de Caicó, especialmente convidado, o ilustre Padre Manoel José Fernandes, coadjutor e substituto do grande Padre Guerra. A essa cerimônia de lançamento da primeira pedra, além de incalculável massa popular, assistiram o Pe. Tomaz Pereira de Araújo, Vigário, e muitos outros sacerdotes vindos das regiões vizinhas. Serviram de padrinhos da Solenidade o Tenente Coronel Manuel Gomes da Silva e o Capitão Cipriano Bezerra Galvão, concorrendo cada um com a importância de 100 mil réis. Dois dias depois, deu-se início à construção dos alicerces, tendo os trabalhos sido interrompidos, vinte dias após, devido a um surto de varíola que grassava na zona. No dia 15 de maio de 1859, era assinado um convênio particular entre o Padre Tomaz Pereira de Araújo e o mestre Clemente Gomes Pereira, pelo qual se contratavam os trabalhos de mão de obra pela quantia de 12 contos de réis. Em fins de 1859, foram reconstruídos os alicerces sob a administração do Cap. Manoel Francisco Dantas Correia. A seca de 1860 veio interromper os trabalhos. Só a 10 de janeiro do ano seguinte foram eles reiniciados, sob a administração do Major Antônio Manoel Dantas Correia, posto que ele ocupou no dia 25 do mesmo mês, sendo-lhe entregue pelo Padre Tomaz a importância de 30 mil réis, o único dinheiro existente em cofre. Mas, a generosidade do povo, de mãos dadas à Fé, fez multiplicar-se o pouco dinheiro. Trabalhou-se sem interrupção, até o dia 2 de janeiro de 1862, quando, por falta de recursos, teve-se de suspender a obra, por mais de um mês. Em vista da crise de dinheiro, resolveu o vigário suspender os trabalhos. Com isto não concordou o empreiteiro, que, sob protesto, exigiu que fosse facilitado fornecimento nas vendas aos trabalhadores, até que aparecessem recursos e novos donativos. Desse modo, os trabalhos prosseguiram. Um novo contrato foi feito, mediante a importância de 2 contos de réis, sendo contratante o mesmo obreiro, a vigorar de 16 de junho de 1862 a 6 de fevereiro de 1863. Aos 3 de dezembro de 1863, estava concluído o serviço excluindo-se o patamar e o ladrilho que foram ultimados depois.
FONTE – HISTÓRIA DAS IGREJAS DE ACARI

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